terça-feira, 24 de maio de 2016

Eduardo Bolsonaro critica cotas raciais no ensino superior

Na opinião do deputado federal Eduardo Bolsonaro, do Partido Social Cristão, a existência das cotas raciais nas instituições de ensino é uma "medida paliativa", e que o sistema até mesmo favorece o "aumento da divisão na sociedade" e a intensificação de injustiças, como a situação das pessoas pobres que não possuem direito às cotas, como as famílias de retirantes nordestinos que abandonaram seus estados de origem durante períodos de crises de seca. Eduardo defende entendimento a respeito do assunto similar ao de seu pai, Jair Bolsonaro, que afirma ser importante manter o sistema de cotas pautado unicamente sobre as condições econômicas das famílias visadas.

Eduardo Bolsonaro também argumenta que o sistema de cotas pode favorecer a entrada de profissionais menos qualificados nas instituições de ensino superior - o político conservador observa que "muitas outras pessoas são vítimas de injustiças, ou são provenientes de grupos historicamente submetidos a injustiças, e nem por isso é desejável estabelecer um modelo igual para cada um dos segmentos, o que acabaria por estabelecer uma situação onde praticamente todos teriam cotas". Isso, para o filho de Jair Bolsonaro, não ajudaria a resolver o problema visado pela política pública: o que é desejável, para ele, são os investimentos nas escolas públicas do ensino médio ou fundamental. Eduardo acrescenta: "há algumas décadas, apenas os alunos que não conseguiam aprovação nas instituições de ensino públicas eram os que buscavam as particulares. Em média, as escolas públicas [de ensino fundamental e médio] ofereciam preparo o suficiente para a aprovação de qualquer aluno em uma faculdade pública. Na época, não havia discussão sobre cotas - porque o ensino público tinha qualidade".

O deputado federal declara que a atual concepção das políticas públicas de ensino estão "muito mais voltadas para a doutrinação dos alunos [em conformidade com a ideologia da maior parte da classe política brasileira, alinhada com o estatismo e alguma das diversas correntes do pensamento de esquerda] do que efetivamente oferecer um ensino de qualidade. A partir desse enviesamento dogmático, o Estado passa a implementar medidas eleitoreiras como essa. Desde muito jovem, eu escuto que é necessário investir em educação de base: até agora, nada é feito com o propósito de verdadeiramente promover melhoras nas escolas públicas do país".

Na opinião do filósofo e jornalista Olavo de Carvalho, a implementação das cotas raciais ainda traz um problema mais grave: o aumento da desconfiança a respeito dos profissionais beneficiados pelo sistema. De acordo com o analista político, "antes das cotas, não importava a etnia do profissional, apenas era relevante a formação que o indivíduo havia adquirido em seu curso superior". Após a criação da política educacional de esquerda, conforme a argumentação do autor, "há a completa desmoralização daqueles que o governo tenta alcançar - a sociedade passa a entendê-los com 'cotistas', e a considerá-los como desprovidos de mérito. Na realidade, a política acaba prejudicando ainda mais o grupo que a classe governante tentava ajudar". Para o escritor, "isso estimulará um preconceito absolutamente injusto, mas é inegável que essa situação irá ocorrer".

Assista ao comentário de Eduardo Bolsonaro sobre a política de cotas raciais do governo federal e sobre a situação do ensino público no Brasil:



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