terça-feira, 8 de março de 2016

Irã ameaça sair de acordo nuclear após realizar novo teste de míssil balístico

A República Islâmica do Irã está ameaçando abandonar as negociações sobre seu programa nuclear - o regime extremista fez a advertência a respeito da possibilidade de abandonar o diálogo após realizar lançamento-teste de míssil balístico na terça-feira - o teste da arma foi feito em desrespeito às determinações do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Através do uso de mísseis balísticos, o governo dos aiatolás poderá ser capaz de usar ogivas nucleares contra alvos a grandes distâncias - a disponibilidade dessas armas para o país gera grande preocupação em Israel e na Arábia Saudita, país muçulmano que é o principal rival do Irã na região. A notícia  sobre a nova postura do Estado fundamentalista foi divulgada pelo site jornalístico Breitbart, hoje.
Ali Khamenei: líder iraniano continua programa de
desenvolvimento de mísseis balísticos
Imagem: ABC News

De acordo com o site de notícias, "o aviso sobre a possibilidade de distanciamento das discusssões sobre o programa nuclear foi dado poucas horas após a quebra da determinação do Conselho de Segurança que proibia o teste de mísseis balísticos. O regime havia concordado com o acordo sobre o desenvolvimento de tecnologia atômica em julho do ano passado". Abbas Araqchi, representante da república islâmica, afirmou que "se nossos interesses não forem respeitados sob o acordo nuclear, não haverá razões para que continuemos nos diálogos. O que nos faz respeitar o acordo é precisamente o nosso interesse nacional". Os comentários do integrante do governo extremista foram divulgados poucas horas após o desrespeito à proibição de testes com as armas capazes de transportar ogivas atômicas.

Segundo o veículo de comunicação norte-americano, a atitude do governo iraniano tem precedentes - em novembro do ano passado, o presidente Hassan Rouhani fez declarações similares, nas quais sugeriu que a teocracia abandonaria os acordos sobre o desenvolvimento de tecnologia com potencial para desenvolvimento de armas de destruição em massa.

Sobre a atual crise, a agência de notícias Associated Press informou que o Irã realizou os testes com mísseis balísticos durante exercícios militares. A demonstração foi conduzida pela "Guarda Revolucionária" da república islâmica. O primeiro teste com armas similares foi realizado em outubro do ano passado, onde, assim como na situação atual, o regime teocrático violou acordos internacionais e provocou o estabelecimento de novas sanções pelo governo dos Estados Unidos. As medidas de restrição da atividade econômica do sistema dos aiatolás são impostas para desencorajar o desenvolvimento de armas que possam ser usadas contra o Estado de Israel - o Irã já fez ameaças de ataques contra o aliado dos EUA no Levante e fornece apoio financeiro e bélico a organizações como o Hezbollah, que têm como objetivo declarado "varrer Israel do mapa".

Ainda conforme o site jornalístico Breitbart, novas sanções econômicas poderão seguir os atuais testes. Em resposta às críticas feitas pelo Ocidente, Abbas Araqchi teria dito que "os outros participantes nos diálogos sobre o programa nuclear podem violar os termos do acordo a qualquer momento. Todavia, eles sabem que decisões desse tipo terão consequências". O portal alega que "os mísseis balísticos iranianos possuem um alcance de 2.000 quilômetros - distância mais do que suficiente para atingir alvos em Israel ou para alcançar bases militares americanas de importância, na região.

Novos testes com mísseis balísticos foram realizados durante exercícios da Guarda Revolucionária do Irã. República
Islâmica havia realiado primeiras demonstrações em outubro do ano passado.
Imagem: Your Middle East



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