segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Brasil poderá ter segunda pior recessão entre todos os países do mundo - agências classificam economia nacional como "lixo"

A crise econômica brasileira pode, em 2016, levar o país aos piores resultados entre todas as nações, com exceção da Venezuela - que passa por uma grave crise de abastecimento e registra a mais alta inflação do mundo. A situação brasileira consegue ser mais grave do que a da Ucrânia - país em guerra com a Federação Russa desde a anexação da crimeia em 2014. O site Exame noticia que a recessão projetada para o Brasil neste ano é de 2,5%, enquanto a retração venezuelana gera previsão  de queda  superior aos 3%.
Novo ministro da fazenda, Nelson Barbosa
Imagem: Veja

De acordo com o portal de informações sobre economia, a Ucrânia, mesmo após passar por dois anos de conflitos severos onde mais de 8.000 pessoas foram mortas, poderá ter um crescimento de 1,2% em 2016. A Venezuela, país com a pior perspectiva para este ano, teve em 2015 uma inflação superior a 150%.

Conforme a agência de notícias Bloomberg, a projeção do PIB brasileiro em 2016, somada à queda sofrida na economia durante 2015 leva a nação à recessão mais grave desde o início do século XX. A Bloomberg também informa que a agência de classificação de crédito Fitch colocou o Brazil na categoria "lixo" ("junk") para investimentos. O site da empresa de comunicação indica que "é a pior crise econômica vista no país desde a grande depressão" iniciada em 1929, e se passa "durante graves agitações políticas". O Brasil vê "perspectivas pessimistas, porque possivelmente ocorrerão novos rebaixamentos".

O investidor americano David Tawill afirmou ao site jornalístico que "a classificação da economia brasileira como 'lixo' pelas agências de classificação de crédito ocorreu como deveria ser. A situação do país é disfuncional e tomada pela corrupção. O Brasil está perdendo sua posição na América Latina". Luciano Rostagno, representante do Banco Mizuho do Brasil, disse que "a partir desse momento, provavelmente haverá aumentos nos custos para empréstimos, tanto para empresas quanto para o governo, o real tende a permanecer sob pressão e o banco central provavelmente irá cessar os aumentos nas taxas de juros". Rostagno acredita que "o rebaixamento pelas agências de classificação de risco demonstram a gravidade do momento pelo qual o país passa, com uma profunda recessão associada à incapacidade do governo de promover os ajustes fiscais que se mostram necessários", em período no qual o endividamento público volta a afetar a confiança do mercado.

Com a designação de Nelson Barbosa para a chefia do Ministério da Fazenda no final do ano passado, os investidores reagiram mal, reforçando a desvalorização da moeda. O novo ministro segue a linha de pensamento econômico desenvolvimentista, que favorece o aumento do endividamento público para manter a economia aquecida - Joaquim Levy, antes de sua demissão, havia sido duramente criticado pelo Partido dos Trabalhadores por sua tendência à contenção de gastos, que poderia alcançar o programa Bolsa Família. O governo é pressionado por cortes, mas não sinaliza mudanças inportantes, ao contrário da Argentina, que adota reformas liberais com o intuito de aumentar a produção agrícola e industrial.




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